sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Mundo, em trapos de volta redonda


 
Gostaria muito de perceber, onde estaria a bola, redonda de trapos.
Rodara meia vida e mais um tempo, por todos os cantos do quintal.
Um dia, sem nenhum desespero, foi-se...
Ninguém procurou. Nem sequer ninguém teria que procurar.
Ontem, era azul, cosida e recosida, em trapos de volta perfeita.
Hoje, seria certamente, qualquer outra.
O tempo deixara que todas as  perdas se fizessem. Que todas as angústias acontecessem.
No fundo da escada estava uma espécie de mundo redondo. Feito de bocadinhos de acontecimentos. Também eles, cosidos e recosidos.
Tão diferente, da velha bola de trapos...e apesar disso: a mesma.
Parecia-lhe agora que desaguava oceanos, de cada vez que a chutava, com muita mas muita força, para o fundo do quintal...